sexta-feira, 11 de setembro de 2020

LEIA OUVINDO A MÚSICA E ME CONTE AS SENSAÇÕES ♥️



Tem pessoas que amam os textos que faço. Mal sabem o quanto não são meus. Talvez não façam ideia do quanto preciso me recolher vez ou outra (mais vez do que outra), para entrar em contato com este mundo, essencialmente meu. Que toca em tantos mundos. Me faz navegar e aprofundar-me cada vez mais desconexa de mim mesma. 

Sou para ti. 

Invado-te, pois há grandes indícios de que eu possua a chave-mestra, a qual recolhe todos os seus prantos. 

Eu apenas sou um mistério para mim mesma. Pois fui feita para desfazer-me. Sinto tudo deveras dificultoso, porém não quero ser vitimista: os empecilhos me atingem mais intensamente, mas sei que há um propósito nisto. 

Preciso. 

Tenho de desenhar este percurso de dor. 

Para poder, assim, escrever mais sincera e densamente. 

Gosto da melancolia. 

A tristeza pode e deve ser bonita; um dia.

Sou tão inteira, que me despedaço. 

Preciso de laços. Para desfazê-los e depois vê-los refeitos, como prova de compreensão e perdão. 

Somos imperfeitos. 

Nascemos em busca do vento. 

A vida é só uma passagem. 

Que o amor seja o nosso mais profundo ritual sagrado. ♥️


Imagem: La Belle Dame Sans Merci, por Marc Fishman.

Ao som de: Morricone - Gabriel's Oboe & The Falls (For Cello and Orchestra)