Onde foi que se perdeu? Que fragmento da vida acabou roubando-te de si? Recorda-se do momento do rompimento?
Chame as memórias para perto... sente-se junto delas e de quem mais puder ouvir. Relembre o que já foi importante e que hoje não passa de uma lembrança passiva...
Pense no porquê não importa mais, veja se coincide com o que deseja e tem como certo para si. Feche os olhos... Este é um encontro sensorial e intuitivo. Cada detalhe será apurado; esteja ligado e de olhos bem cerrados... Abra-os apenas para dentro: Lá está você, dançando! Brincando com alguém de extrema valia. Não se lembra ao certo de quem se trata fisicamente, mas sente exatamente o que sentiu naquele milésimo de momento tão antigo, que deveria estar morto mas agora é tão vivo!
E depois de desenterrado, percebes que nada deveria ter saído... Poderia até ficar escondido, no fundo do porão... Porém não poderia ser extinguido.
Depois de despertado e mantendo-se cultivado, jamais será de novo enterrado.
Este é o seu olhar adentrando-se ao passado, encaminhando o encontro de seu destino, tão destemido, indefinido... E é bem daquela empoeirada lembrança que se esculpe a mais intrigante descoberta: a de um mundo inexistente que insiste em prevalecer, onde quer que estejas...