Você desenha, eu escrevo, eu ouço, eu te vejo, te anseio, te descrevo, num ninho emaranhado de palavras, te desenrolo, você me alinha em suas curvas côncavas e eu escorrego por entre seu círculo...
Dos seus dedos faço uma dedicatória, do seu peito faço um enredo, dos seus lábios faço um suspiro, da sua boca faço uma parada; com seus pés me sinto aconchegada, sob suas pernas só quero tocá-las... Mas quando olho em seus olhos...
Me perco de todos os preceitos, me umedeço em seu aperto; evoco um grito que não chega, apenas silencia o que me rodeia... Dispensa qualquer causa, anula qualquer despedida, se entrega ao menor sinal, engrandece o que parece banal, enobrece um sentimento infernal, para santificá-lo.
Aos pedaços, pouco a pouco, consigo retornar à vida... ponho meus pés no chão e de repente vira dia!
Te cumprimento, com majestosidade; você me inventa e retornamos ao nosso meio principal, com papel e caneta nas mãos, alinhando nossos sonhos, velejando nossos barcos, em rumo ao nada; buscando tudo, do Japão à Itália, o mundo nos parece pequeno diante de tanta sede acumulada, mas que de outra forma então é saciada...
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