sábado, 27 de fevereiro de 2016

Cubismo Surrealista

Você desenha, eu escrevo, eu ouço, eu te vejo, te anseio, te descrevo, num ninho emaranhado de palavras, te desenrolo, você me alinha em suas curvas côncavas e eu escorrego por entre seu círculo...
Dos seus dedos faço uma dedicatória, do seu peito faço um enredo, dos seus lábios faço um suspiro, da sua boca faço uma parada; com seus pés me sinto aconchegada, sob suas pernas só quero tocá-las... Mas quando olho em seus olhos...
Me perco de todos os preceitos, me umedeço em seu aperto; evoco um grito que não chega, apenas silencia o que me rodeia... Dispensa qualquer causa, anula qualquer despedida, se entrega ao menor sinal, engrandece o que parece banal, enobrece um sentimento infernal, para santificá-lo. 
Aos pedaços, pouco a pouco, consigo retornar à vida... ponho meus pés no chão e de repente vira dia!
Te cumprimento, com majestosidade; você me inventa e retornamos ao nosso meio principal, com papel e caneta nas mãos, alinhando nossos sonhos, velejando nossos barcos, em rumo ao nada; buscando tudo, do Japão à Itália, o mundo nos parece pequeno diante de tanta sede acumulada, mas que de outra forma então é saciada...


























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