terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Olhos Tristes...

Tem gente que tem a tristeza no olhar. 
Tem também aqueles com a maldade pronta pra atacar...  
Diante de olhares atentos, nada pode passar despercebido... 
Tampouco o desprezo, a amargura de ver que todos percebem, mas fingem não ver. 
Essa tal tristeza, que permanece. A gente não sabe se a mesma insiste, porque não tenta saná-la. 
Que tristeza, não ter o tempo devido, nem ousadia para alegrar cada triste olhar 💔



segunda-feira, 30 de maio de 2016

Coração Florescido

Há flores por todos os cantos. Umas rosas, outras azuis; flores. São presentes em qualquer circunstância. Seja num jardim, numa floricultura, na estufa, no buquê entregue com amor...
Desperta os sentidos. Seu cheiro é anti-depressivo e terapêutico. Até aquela "dama-da-noite', que dizem representar a morte... é balela, traz é sorte!
Por vezes me imagino num campo... Este cheio de flores! Geralmente brancas, crisântemos, que me dão muita paz... As vejo em sonhos, escorregando sob elas.
De repente...
Você aparece...
Como numa miragem!
Ambos correm buscando ao outro, mas tropeçam e caem, com as climácicas já altas; ficando por ali, mesmo...
Naquele campo, tão plano. Era este o seu? O nosso?
O céu tão alto!
Mas tão... perto!
Nosso beijo parece uma infinidade...
Meu colo vira tronco, nossos corpos chegam tão ao solo que as flores viram árvores!
Enormes fazedoras de sombra!
Ah... onde mais poderia estar?
O que mais precisava querer?
Já tenho amor, sombra... Só falta-me água fresca!
Andamos...
Diante de tanta beleza, prosseguimos.
Eis que avistamos uma pedra, gigante, mas parecia ser meio molenga e pensamos:
- Não parece uma pedra...
Era um elefante!
Tão mansinho, realizei meu sonho ao vê-lo e ficar amiga de um! Este que pareceu nos chamar para cima dele e então subimos!
De lá, tudo era magnífico, estávamos numa floresta agora...
Quanto verde!
Tantas montanhas admiradas...
O Dumbo, nome que demos ao amigo elefante, nos levou até uma cachoeira deslumbrante, para bebermos a água deliciosa da nascente...
Ao partir, o agradecemos tanto, porque mesmo sem voar, Dumbo nos fez sentir assim, lá nas alturas!

Acordamos!

E... ainda parece um sonho!

Estar com você...

Meu sonho sempre realizado... ♥


sábado, 27 de fevereiro de 2016

Cubismo Surrealista

Você desenha, eu escrevo, eu ouço, eu te vejo, te anseio, te descrevo, num ninho emaranhado de palavras, te desenrolo, você me alinha em suas curvas côncavas e eu escorrego por entre seu círculo...
Dos seus dedos faço uma dedicatória, do seu peito faço um enredo, dos seus lábios faço um suspiro, da sua boca faço uma parada; com seus pés me sinto aconchegada, sob suas pernas só quero tocá-las... Mas quando olho em seus olhos...
Me perco de todos os preceitos, me umedeço em seu aperto; evoco um grito que não chega, apenas silencia o que me rodeia... Dispensa qualquer causa, anula qualquer despedida, se entrega ao menor sinal, engrandece o que parece banal, enobrece um sentimento infernal, para santificá-lo. 
Aos pedaços, pouco a pouco, consigo retornar à vida... ponho meus pés no chão e de repente vira dia!
Te cumprimento, com majestosidade; você me inventa e retornamos ao nosso meio principal, com papel e caneta nas mãos, alinhando nossos sonhos, velejando nossos barcos, em rumo ao nada; buscando tudo, do Japão à Itália, o mundo nos parece pequeno diante de tanta sede acumulada, mas que de outra forma então é saciada...


























sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Montanha-russa

O sexo não deve ser feito por tédio. Pode ser feito a qualquer hora, desde que se tenha entrega. O sexo pode ser quente, morno e até congelante. Sexo tem sede, tem cheiro e sabor; ele pede esse ardor em clamar por ele. Sexo despido, sexo unido, sexo de qualquer cor. Exala-se sexo porque ele nos chama... Flor que brota e desbota, que entre as juntas faz tudo juntar-se, o meu e o seu sexo, os seus testículos e os meus mamilos, meus ovários por ti fecundados... o nexo e o desconexo, a minha luz e a sua chama, sempre. Me chama...



segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Pé-de-Noz

Que vontade de chegar... Mesmo que seja a nenhum lugar. De voar prum mar sem fim, me afogar num pomar de frutas mil... De comer arroz doce salpicado com canela em pó, doce, doce, doce... Traz junto aquele gosto da infância? Que vem de um reino tão distante e irreal? Que jura de pé junto que preciso dele pra seguir em frente. "Não esqueça das suas raízes." Como esquecer do gengibre? Ah, esse cheiro inexplicável. Não dá pra decifrá-lo. Apenas apreciá-lo com toda a sensatez do mundo. "Mais noz-moscada? Pode pôr!" É sempre bom garantir quando trata-se de noz...que de nó em nó ficamos presos no espaço, à espera de nos aconchegarmos em nossos braços, que mesmo soltos pedem um peso. Um embalo... Já que os ponteiros nunca deixam de badalar, também não posso me paralisar e ver-me sem você... Físico ou biológico, meu organismo funciona como um reloginho quando se trata de tratar-te. Não tem hora, não tem minuto, não tem segundo que eu não me lembre de pensar em você...

Lu e Bru...:)

Qual a altura do seu sonho?

Percebi... Que é aqui que gosto de ficar. Que quando algo me leva para longe, tudo fica submerso -sem nexo - sem contexto nem desejo. Quero volta e meia voltar... Sentir o gosto da água salgada do seu mar. Que é imutável mas sempre, constantemente renovada. Mesmo que seja de lembranças que voltam, são outras; novas.
Vem, goteja-me com seu soro mágico; alimenta-me nem que seja com o último toque de vida. Ria, pois quando miro-te neste estado, tudo volta à tona... Que é triste, alegre, fim e sem fim. Tudo migra-se para um universo paralelo, onde o horizonte acolhe mas também expande. Coloca tudo numa caixa - de novo - mágica, a qual os sabores têm o mesmo gosto. Muda-se apenas o sentido... A pimenta torna-se amena. A couve-flor pode virar árvore. Vinho tinto, acalento. O tabuleiro de xadrez vira calçada. A avó faz ceroula virada. E é assim que a gente volta.
Envoltos à caixa, esta que se torna um círculo; como se fosse uma ciranda daquelas da infância - em que a gente não lembra de onde começa - e muito menos em que momento a roda vai deixar de sê-la para virar pião; que quando enche-se de ar, torna-se balão... E tudo o mais fica assim: tão abaixo do chão...




sábado, 17 de outubro de 2015

Luz, seduz, reluz...

Adoro a luz amarela. Aquela bem amena.
Que me traz serenidade, tranquilidade, sem pena...
Me arrasta o sol em plena noite,
Afasta os meus temores...
Guarda em mim tudo o que é seu,
E assim, tudo o que sou.
Me sinto como em uma floresta,
Mas esta não é fresca.
É quente, saborosa.
Com gosto de cereja e amora...
Reflete em mim todos os meus devaneios, desejos.
Misticidade das lembranças que ainda não vieram...
Toda a sua calmaria me faz arregalar,
Sendo impossível adormecer.
Pois para isso preciso de você,
Para enaltecer o meu dia que só fora belo
Por você tê-lo feito comigo,
E em nós ficou.
Só contigo consigo sonhar, para enfim, dormir.
É com você que acontece tudo ao contrário, o improvável.
Nunca é inacabado, e sim, sempre. Eternizado.



sábado, 21 de março de 2015

Filtro dos Sonhos

                      

A felicidade está em tudo que é imaterial. É a vitória do espírito sobre a matéria. Com você eu me realizaria mesmo em meio ao nada. Você, minha matéria mais imaterializada...
Vejo suas partículas; posso até ver cada camada da sua epiderme... mas o que sinto é capaz de ver o que é invisível. E é neste lugar que encontro o que há de mais belo em você. Que é imutável, é engenhoso... Misterioso, saboroso. Intrigante. Por vezes revoltante, já que em qualquer circunstância nos voltamos para nós, caso saiamos para passear num ambiente não tão bonito, sombrio. Malévolo. Odioso. Mas... este lugar pede o retorno. Então, como não enaltecê-lo? O importante mesmo é não ignorá-lo, já que não quero ficar neste lugar por falta de forças para lutar por você. Acho difícil isso suceder. O real me assusta. O sonho me protege. Por incrível que pareça; o sonho é uma certeza, e o real é incerto, indeciso, ansioso e medroso.
Por isso fujo para o sonho e gosto de me conectar com você por lá. Acordado ou dormido, o sonho é um alívio. Mesmo aqueles que vêm para nos trazer à realidade.
Hoje eu tive um sonho esquisito, não me lembro ao certo, mas me afetou completamente. A intensidade. Nos pesa. É assim que me sinto agora. Não me recordo do sonho, porém o mesmo não ficou só no travesseiro. Atravessou o portal de seu mundo para me rodear. Sei que é só alarde. Logo ele retornará para o seu habitat. Quem sabe trazendo-me novas fantasias e certezas, assim que me deitar em sua cama e mirar o filtro dos seus olhos que filtra todos os meus sonhos?



 
 

domingo, 15 de março de 2015

Que Sede de Amor

Este que parece ter me consumido. E mesmo sentindo-o tanto, de forma tão intrigante, é como se nunca tivesse existido. Não assim. Tão assado, fervilhante...
Sem queimar, levanta vapor. Não sua. Suaviza. Traz água, mesmo sem sede alguma. Água na boca... Pingada, jorrada, por fim, em litros. É o que me desafoga.
Alimenta minha alma, protege-me das poluições sem lixiviar a matéria orgânica...

Clareia o que vira turvo, desenterra o que gera fungo... Derrete o que causa ressentimento.
Há entardeceres que me fazem sentir como uma folha nova, de primavera. Como se eu tivesse um protetor solar natural, que sempre quando o sol quer me ver de perto, olhar meus olhos, é você quem chega antes, num ato invasivo... Você. Meu anoitecer mais esperado, a cada dia, sem fila, afia seu peito no meu e diz com afinco que é aqui que deveríamos estar. Apunhala meu coração quando me faz lembrar de nossas saudades, de um tempo tão recente, mas que tem passado tão depressa! Como se fôssemos crianças receptivas a cada momento, futuro e passado, tornando o presente todo entregue a nós... A noite, me pego pensando onde mais poderíamos estar... Num lugar mágico, num tempo que não deve ser atual... Mas me é tão familiar; sei que um dia iremos para lá... E sei exatamente o que sentirei...
Hoje, mesmo sem mar, é no córrego deste colchão que me arrasto para os seus braços, em direção ao oceano, este que nos é tão comum, e tem como fim a vista para a montanha mais alta de qualquer vale que valha ser visto, com ou sem visto, ilegal ou clandestino, crime seria não lhe avistar... O passaporte se torna apenas passatempo com suas mãos nas minhas. Bagagens? Bobagem! Necessaire?!
Ah, só você, mesmo...




Imune Combustão

É tão ruim não poder te ouvir. Não ouvir o som que ecoa da sua voz. É ruim mastigar suas palavras sem poder digeri-las. Tampouco dirigi-las, e tudo ficar assim, sem controle nem direção... O que são as palavras perto do que sentimos? Elas parecem estar escritas numa lápide, quando todos passam os olhos nas letras, mas são tão insignificantes que não calam a dor no peito de quem ficou na superfície. Não calam, nem falam; sentem. Não sei o quê... Sentem. De mãos atadas, trêmulas, tudo parece tão complexo. É preciso ligar os pontos, mas o cérebro não mais funciona, quanto mais para fazer ponto e cruz! Até o olhar mais doce desce da forma mais amargurada. Um bom dia é miséria. Boa tarde, pra quê mesmo serve?! Boa mesmo era a noite em que havia sonhos. Os meus e os seus, compartilhados sob o mesmo lençol; este que teimava sempre em se desgrudar do colchão só para ouvir mais de perto as nossas confissões...
Confesso que nada mais importa e nem importa mais. Confesso que estarei em sua porta. Prostrada, posso nem bater. Mas lá estarei...
Aqui onde estou não é seguro. Podem ouvir meus passos... Preciso ser breve para te refugiar comigo; assim não seremos vistos... A diferença estará em tê-lo em meus braços, qualquer desconforto ou suspeita poderá ser negada ou aceita, nessas condições. Esse aperto que me afronta me diz, grita, que nunca vou deixá-lo. Por mais longo que seja o tempo ou o espaço...
Tortura-me! Não me é venoso. Aplicas o golpe que quiser em mim, porque já me tornei imune a essa dor, em nome deste, ah, o seu amor!